‘Se Bolsonaro vetar, fundo eleitoral vai ser zero’, diz Marcelo Ramos

Segundo o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), o fundo eleitoral vai ser zero. Ele disse isso, caso o presidente Jair Bolsonaro atenda os apoiadores da chamada ala ideológica e vete Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Ou seja, depois que o Congresso aprovou a LDO, com aumento do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões, o texto será encaminhado para veto ou sanção do presidente.

De acordo com o colunista, Chico Alves, do UOL, Marcelo Ramos explicou:

“O artigo diz que o fundo eleitoral passa a ser 25% da verba que o TSE vai usar pra eleição. Se tirar esse artigo não tem fundo eleitoral”, disse Ramos à coluna.

“Quando você estabelece um valor o presidente pode vetar parcialmente. Nesse caso não foi estabelecido o valor, mas um percentual”.

Por isso, explica ainda o vice-presidente da Câmara, “Bolsonaro não pode vetar os 25% e passar, por exemplo, para 10%”. O deputado diz que não há meio termo: “Ou sanciona ou veta”.

Dilema político

Além disso, ele disse ao colunista que, se essa interpretação prevalecer, a decisão sobre o veto se tornará para o presidente um dilema político ainda maior do que já é.

Dessa forma, seus eleitores são contrários ao fundo, mas os políticos que o apoiam são favoráveis.

“Bolsonaro está encurralado por duas coisas: de um lado, a opinião pública, no momento em que ele está mais fragilizado junto a ela; de outro, a sua base parlamentar, no momento em que ele mais precisa dela”, avalia Ramos.

Se o presidente resolver vetar a LDO por causa do fundo eleitoral, o veto poderá ser derrubado pela Câmara, mas as discussões vão se desenrolar em clima bem mais quente que se verificou agora, prevê Ramos.

“Nesse caso, a discussão pega fogo. Porque essa turma mais bolsonarista vai fazer barulho contra, e a votação para derrubar ou não o veto terá que ser nominal”, esclarece o deputado amazonense.

“Aí o pessoal vai ter que botar o dedinho e mostrar quem é a favor e quem é contra”.

Fonte: BNC Amazonas