LÁBREA (SUL DO AM) – A população da mesorregião amazonense do Purus, apesar da aparente rigidez da legislação que obriga mandatários ordenar o trânsito em suas cidades, ainda corre o risco de continuar em 2025 à mercê do aumento no número de acidentes graves com mortes fatais por falta de sinalização das vias públicas e nas áreas portuárias e de acesso às pistas de pouso e decolagem.

Em Lábrea, no interior do Estado, ao menos quatro décadas governada por políticos (Prefeitos e Vereadores emedebistas) – em sua maioria eleitos e reeleitos – a população das cidades de Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá e Berurí, continua a enfrentar um trânsito violento que faz crescer, vertiginosamente, o número de mortes violentas em pontos críticos (Principalmente por ainda não contar com vias públicas sinalizadas).

Em 2024, um dos mais célebres acidentes ocorridos no centro da cidade de Lábrea (a 702 quilômetros da Capital Manaus), foi protagonizado pelo ex-prefeito Gean Campos de Barros supostamente embriagado e com sinais de drogadição ao volante. Ele atropelou e quase matou um motoqueiro ao colidir o veículo com duas garotas de programa nuas, também, alcoolizadas. As acompanhantes, segundo informações, eram de Porto Velho (RO).

Depois do acidente – que viralizou nas redes sociais e em outras plataformas digitais -, o ex-mandatário labreense fugiu do local sem prestar socorro a vitima. Amigos e familiares do motoqueiro, à época, tentaram levar adiante o caso junto a Promotoria de Justiça, mas, a ocorrência do fato não teria avançado na Delegacia de Polícia local e agora, o caso poderá ser reaberto com a chegada do novo Promotor de Justiça a Comarca do município.

BALBÚRDIA- Apesar de sua condição de Município Polo, a cidade de Lábrea aparece desde os últimos 12 anos no mapa de pior trânsito do interior do Estado com estatísticas acima da média e números acachapantes de 348 acidentes (leves e graves) e 5 vítimas fatais, só em 2024. No período, segundo ex-guarda patrimonial oculto da Prefeitura, “o ex-prefeito engoliu o dinheiro da modernização do trânsito da cidade”, aventou ele.

Diante desse quadro negativo, desde 2021-24, quando um visível desleixo do então prefeito, à época, passou a investir na candidatura do irmão à Prefeitura de Boca do Acre, a cidade não registra queda no ranking de acidentes violentos, tanto nas vias dos bairros quanto do centro. “O trânsito continua desordenado, ha falta de sinalização e nunca houve fiscalização rigorosa”, diz familiar do motoqueiro quase morto pelo ex-prefeito da cidade.

– As morte no trânsito louco que experimentam os labreenses desde 2013, tem deixado famílias de luto e com a autoestima muito baixa por conta da suposta inércia e omissão dos gestores passados, deixando o Governo atual numa sinuca de bico quanto ao presente de grego entregue por Gean de Barros, apontaram os consultores Maria Conceição Teixeira, 42, Altanira Ulchoa, 60, e João Roberto Soares, 53.

ELEFANTE BRANCO – De acordo com levantamento deste portal de notícias, não é só  falta de sinalização (vertical e horizontal) nas vias públicas que atormenta a vida da população (veja vídeo).  A maior preocupação gira em torno do número de acidentes muito grande com motos e utilitários (novos e antigos) já com vida útil invalidada. Além da infraestrutura precária da malha viária da cidade.

Outro dia, uma mulher escorregou e morreu dentro de um buraco, justamente, num ponto crítico da lateral de uma via acesso. O local, a pedido dos moradores, havia sido mapeado para receber asfalto, mas, a drenagem não foi feita “nem no período eleitoral”, disse familiar da vítima que era bastante conhecida no bairro.  O nome da vítima não foi revelado.

Segundo a população, “a buraqueira não tem afetado não só o bairro da Fonte”. No inverno amazônico, a situação tem preocupado moradores dado meio-centro da cidade, Inclusive, no setor comercial os buracos no leito das vias tem aumentado a ponto de, empresários e pedestres, ameacem  recorrer à Justiça contra a Prefeitura devido a uma suposta inércia do Poder Público para resolver a solução.

O descaso com a pavimentação e drenagem das vias públicas da cidade acontece desde os governos Evaldo de Souza Gomes (mais conhecido como o Passa Amanhã), do médico Dedé de Melo e ao do ex-Prefeeito Gean Campos de Barros (radicados no Distrito Federal e no município de Boca do Acre). Moradores afirmam que a cidade “virou verdadeiro lixão a céu aberto em um cenário de cratera lunar” por conta do descaso público para com os problemas enfrentados pela população, apontou diarista demitido da Prefeitura.

Além da inexistência de sinalização, tem a questão crítica dos lixões, da obstrução da rede de esgotos (pluvial e sanitário). A cidade de Lábrea em quase 40 anos, segundo a população do bairro Barra Limpa, “foi transformada, também, num cemitério de obras paralisadas e abandonadas”, atestam parte dos trabalhadores de empresa que mais se beneficiou de contratos milionários no governo Gean de Barros.

Sobre o assunto, consultores ouvidos durante as solenidades de diplomação e posse de vereadores, Prefeito e Vice-prefeito eleitos, defendem a realização de “operação pente-fino com a participação do DPF-DF, GAECO (MPE-MPF), tribunais de Contas, CGU, AGU e TCU para investigar, principalmente, o paradeiro de cerca de R$ 500 milhões do rombo deixado pelo ex-prefeito, Gean Campos de Barros.