VÍDEOS EXCLUSIVOS – GARIMPEIROS VOLTAM A TOMAR A CIDADE DE HUMAITÁ, COMO EM 2017,  CONTRA A QUEIMA DE BALSAS E DRAGAS DURANTE MAIS UMA OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL E DO IBAMA    

 

HUMAITÁ (SUL DO AM) – Em meio amais uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) resultou, nesta terça-feira (14), mais uma vez, na invasão da cidade por garimpeiros e donos de dragas que operam em garimpos ilegais na região do Vale do Rio Madeira.

 

Prefeito tenta convencer garimpeiros a irem para novo dialógo;

A terça-feira 14, dia da nova revolta, segundo fontes policiais foi motivada pela explosão de balsas e dragas estacionárias ao longo das praias da comunidade Pacoval por agentes federais e do IBAMA. A localidade é um dos garimpos mais rentáveis em ocorrências (aluviões) classificadas pelo mercado internacional, em cima do cobiçado Ouro 1000 encontrado, não só nas praias do Pacoval, Santa Rosa, Lago dos Reis, mas nas fofocas do garimpo do Tabulêta, na divisa com a vizinha Manicoré.

Flagrante da concentração da massa garimpeira na orla da cidade

Fora queimados dentro das balsas e dragas equipamentos, maquinários estacionários (grupos geradores), mangueiras, embarcações, materiais de reposição de peças e tonéis de mercúrio comprados na Capital Porto Velho (RO). Além de apreensão de ouro já extraído, óleo diesel, gasolina, armas e munições nos locais atingidos pela operação, o que “fez explodir mais uma grande revolta dos garimpeiros que marcharam sobre a cidade de Humaitá”.

Momento da “arrancada” para concretizar a invasão da cidade de Humaita

No rescaldo da primeira fase da operação da terça-feira (14), o portal anotou ameaças a prédios públicos federais, como a sede da FUNAI, IBGE e outros imóveis já eleitos alvos estratégicos dos manifestantes; muitos dos quais, domiciliados em outros estados e que trabalham, ilegalmente, nos garimpos do Pacoval, Santa Rosa, Lago dos Reis e da divisa de Humaitá com a vizinha Manicoré.

Nesta imagem, a queima de pneus DITOU o ritmo para o avanço de possíveis novos incendios

É de Rondônia, de acordo com informações, a parte maior dos financiadores da máquina ilegal da extração de ouro que, desde 2012 a 2023, respectivamente, “são alvos de prisões de compras de ouro clandestinas, com apreensões milionárias de ouro, venda de combustíveis, mercúrio, drogas, armas, munições e o suposto tráfico de mulheres prostitutas para os garimpos em operação no Vale do Rio Madeira, no lado amazonense, a parti da localidade de Maici, na divisa com o distrito de Calama (Porto Velho).

 

Flagrante de novos incêndios nas ruas de Humaita

COMO EM ROMA? – Puxados por líderes do movimento, ao menos 75% dos garimpeiros que tomaram, na terça 14, as ruas da cidade de Humaitá provocando tensão e medo, sob incêndios de pneus e manifestações. Muitos dos acusados, seriam de investigados durante as operações da PF dos anos 2012-16-17 2023, seriam humaitaenses.

Aqui, flagrante das abordagens que deram início à queima em série de balsas e dragas

Do lado humaitaense, o contingente de ilegais já atua nos garimpos da região de Humaitá desde o século passado em garimpos ilegais que já sofreram prisões e explosões de suas balsas e dragas ao longo do Rio Madeira entre os dois estados (Rondônia e Amazonas). Mas retomam as atividades logo em seguida cujas ações seriam financiadas por empresários de venda de equipamentos, peças, acessórios e mercúrio (o uso desse metal pesado continua proibido) a partir do estado de Rondônia e Mato Grosso.

 

Pará os garimpeiros, “as explosões lembram bombardeios em guerras”

“Esse filme é visto quase todos os dias em todo o Vale do Rio Madeira e as autoridades de Brasília, do município de Humaitá e do Estado nunca se importam com os problemas deixados aos órfãos dos garimpos ao lado humaitaense”, apontam acadêmicos de universidades locais.

Nesta audiência em Humaita, nenhum garimpeiro foi convidado por Dedei Lobo pra compor a mesa dos trabalhos em 2023

A invasão da cidade de Humaitá, a 590 quilômetros da Capital Manaus, pelos garimpeiros inconformados, mais um a vez, com as operações da Polícia Federal e do IBAMA. Logo cedo, a notícia de que os federais haviam começado as queimas de balsas e dragas no garimpo do Pacoval, multidão se formou No entorno da orla fluvial da cidade.

A 2,5 horas de embarcação, as explosões foram ouvidas em toda a cidade, o que fez “explodir” os ânimos de quem depende dos garimpos para o sustento das famílias. Cerca de oito mil famílias, segundo dados de uma nova cooperativa, “não tem outra fonte de renda, a não ser tirar ouro dos garimpos nas regiões onde moram e vivem”, aponta Maurílio Pernambuco, presidente da entidade.

 

Concentrados na orla da cidade, apesar da renovação das promessas da prefeitura em defender os garimpos para os humaitaenses, a invasão não foi contida e os manifestantes tomaram as ruas em direção à zona comercial. Em locais estratégicos houve queima de pneus e grande movimentação. O maior temor da população, ao longo desses dias, “é que os garimpeiros queimem toda a cidade”, arriscam comerciantes locais.

 

Numa prévia das ações dos garimpeiros, o principal alvo escolhido pela liderança do novo movimento de “empate contra as operações da Polícia Federal e do IBAMA, continua sendo o prefeito Dedei Lobo (União Brasil) e vereadores que patrocinaram audiências públicas em Humaitá, Manicoré, Manaus e em Brasília.

 

Segundo informações, o prefeito em 2023 deu garantias de que “poderíamos trabalhar sem o incômodo das operações da Polícia Federal ou do IBAMA”.

 

De acordo com parte dos lideres a frente do movimento – só contidos por um esquadrão de policiais armados envolta do palco armado para a festa de comemoração do aniversário da cidade –  “nós, só queremos saber do prefeito, o que foi conseguido de positivo nas audiências públicas junto ao governo Federal “.

 

PREFEITO APARECE – Possivelmente, depois da nova queimada de balsas e dragas, com medo de um incêndio total da cidade de Humaitá (como ocorreu com a Roma Antiga), o prefeito Dedei Lobo chegou á orla fluvial escoltado por policiais fortemente armados. No local, a um grupo reduzido, mas barulhento, o ele afirmou que, “primeiramente, irei cancelar os festejos por hoje ou nos dias seguintes, caso não haja condições de falarmos com calma para tratarmos do assunto”. Ele, na inicial de sua fala, deu a entender que, “naquele momento, os garimpeiros precisavam formar uma comissão de representantes”.

 

Da Orla Fluvial e com o recuo do prefeito da área onde haveria a possibilidade de a tensão aumentar, um grupo reduzido foi para um canto do palco e lá, algo ficou decidido sobre a realização de possíveis negociações, inclusive, com ligações ao governador Wilson Lima e a bancada federal no Congresso.

 

Outros grupos optaram por incendiar pneus ao longo da área central da cidade de Humaitá, tendo estacionado em pontos estratégicos de maior fluxo de pessoas e veículos, aumentando o clima de tensão inicial no período da tarde logo após agentes da PF e do IBAMA terem cumprido a primeira da operação.

 

Segundo líderes anônimos da revolta desta terça 14, “vamos cobrar o prefeito, vereadores e o governador Wilson Lima sobre uma solução rápida para os garimpos de Humaitá”. Atualmente, milhares de mineradores extrativistas familiares dependem da extração do ouro em mais de 13 comunidades ao longo do vale do Rio Madeira.

 

A maioria das famílias de garimpeiros humaitaenses vem enfrentando concorrência ilegal de dragueiros advindos dos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e de outros pontos do país. De acordo com moradores das comunidades, “esse pessoal colocam em risco a sobrevivência dos verdadeiros extrativistas minerais familiares de Humaitá e região”, diz um dos assessores de campanha do então vereador, presidente da Câmara e Vice-Prefeito do município, Hademack Chaves.

 

Há uma forte preocupação com uma das duas fontes de renda dos ribeirinhos, pescadores, agricultores, extrativistas e mineradores familiares do município de Humaitá. Segundo fontes locais, “a situação continuará insustentável nesta quarta-feira 15, caso o prefeito Dedei Lobo não apresente uma solução plausível para todos os lados”.

 

DESDOBRAMENTO – A operação da Polícia Federal e do IBAMA conta com apoio de forças de intervenção rápida munidos de lanchas rápidas, apoio aéreo e que poderá contar, ainda, com a intervenção de forças federais acantonadas na região e Porto Velho, a 2014 quilômetros de Humaitá e a 900, da capital Manaus.

 

Sob segredo da identidade, policiais militares que não tem balsas (escarifuças) ou dragas operando nos garimpos do Pacoval, Santa Rosa, Lago dos Reios, Tabuleta e Uruapeara, “está escrito nas estrelas que, se os garimpeiros de fora e do município, não recuarem, além da Força Nacional, possivelmente, o comando da operação deverá contar com o apoio do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (54º BIS) para esfriar os ânimos de todos os manifestantes”.

 

XICO NERY*

XICO NERY* XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia,Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF),em agências da Amazônia e países da SUDAMERICA.