Viatura da PM mata feirante atropelado e família pede justiça

Familiares de Reginaldo de Sá Lima, 45 anos, estão pedindo justiça após uma viatura da Força Tática atropelá-lo fatalmente no Centro de Manaus. O acidente aconteceu por volta das 21h40 do último sábado (6), em frente a feira Manaus Moderna, zona centro-sul da cidade.

De acordo com Lissandra Rodrigues, esposa de Reginaldo, ele estava atravessando a via pela faixa de pedestres, quando a viatura veio em alta velocidade. As primeiras informações apontam que a viatura estava iniciando uma perseguição a um grupo criminoso naquele instante.

Assustado, Reginaldo ainda tentou correr, mas não conseguiu escapar e o veículo o atingiu, causando uma rachadura em seu crânio e o levando a óbito na hora.

Coação da PM

Logo após a tragédia, testemunhas disseram que tentaram filmar a tragédia, mas os policiais militares impediram qualquer registro.

“Quando isso aconteceu, levaram um amigo de Reginaldo para outro lugar e quebraram o celular dele. Além disso, os próprios PMs chamaram o IML e não ligaram para ambulância primeiro. Os policiais também proibiram qualquer filmagem e obrigaram que deixassem seus celulares em cima do capô da viatura, assim eles apagariam os vídeos”, disse Alessandra. A esposa também relatou que houve truculência até com o pai de Reginaldo, que é um senhor de idade.

Todavia, a família pede justiça, uma vez que, até o presente momento, as autoridades não se manifestaram sobre o caso, que segue sob negligência.

“Reginaldo era um homem muito bom com todos, conhecido e já ajudou muita gente, até quem não conhecia. Meu marido costumava visitar a mãe e a irmã na Bahia. Era um ser humano especial para a família e um exemplo de pai, filho e marido.”, lamentou.

Por fim, o velório aconteceu nesse domingo (7), na funerária São Francisco, e o enterro aconteceu no Memorial São Francisco, localizado na AM-070. Ele deixa uma esposa e uma filha de 18 anos.

Ademais, a família fará uma manifestação nesta terça-feira (9), na Feira da Manaus Moderna, onde ele trabalhou por 26 anos. O ato está previsto para iniciar a partir das 9h30, e a família pede justiça, principalmente porque não houve repercussão sobre o caso na imprensa.