Relatório da Abin aponta participação de reservistas em grupo extremista acampado junto ao QG do Exército

Segundo o site 247 um relatório sigiloso elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), datado de 27 de dezembro de 2022, lança luz sobre o grupo extremista conhecido como “boinas vermelhas”, que seria formado por militares da reserva das Forças Armadas e que marcou presença no acampamento montado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, com o objetivo de questionar o resultado da eleição presidencial e defender um golpe de Estado.
O documento, obtido com exclusividade pelo site Congresso em Foco, foi encaminhado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que apura a intentona golpista do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com a reportagem, o relatório da Abin aponta que o grupo “boinas vermelhas” está ligado a diversas manifestações bolsonaristas por meio de organização, incitação e conexão com outros grupos propensos à violência, como no caso tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, no setor comercial norte de Brasília, na noite de 12 de dezembro de 2022.Tradicionalmente, a boina bordô é associada à Brigada Paraquedista do Exército.
Grupo extremista conhecido como “boinas vermelhas”, que seria formado por militares da reserva das Forças Armadas e que marcou presença no acampamento montado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel General do Exército
“A Abin afirma que os membros do grupo adotam discurso de ruptura constitucional e demonstram disposição para envolvimento em ações violentas, além de cultivarem uma imagem de prontidão para uma suposta ordem presidencial para serem acionados. O texto ainda levanta a hipótese do grupo ter feito um estoque de combustível na tenda que usava em frente ao Quartel General do Exército de Brasília e de promover risco de ataques durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, destaca a reportagem.
“A presença do grupo na Capital Federal eleva o risco de ocorrência de ação violenta com potencial de impactar a posse do presidente eleito. Avalia-se que o grupo tem a capacidade, a motivação e os meios para planejar, executar ou prestar suporte a um ato extremista violento. Ademais, pode atuar como indutor de atos de vandalismo e obter a adesão de participantes da ocupação que originalmente não demonstravam propensão à violência”, aponta um trecho do documento.