‘O senhor não ficou constrangido com 14 mil mortes no Amazonas?’

Convertido ao bolsonarismo aos 76 anos e após ter sido chamado por Bolsonaro de “bosta” e “vagabundo”, Arthur Neto (PSDB), ex-prefeito de Manaus (AM), foi posto em saia justa ontem (20) ao defender o atual governo.
Foi durante entrevista à Globo News. Na ocasião, o tucano lembrou que o ex-presidente Lula, em visita a Cuba, não teria se constrangido com a morte de um prisioneiro em greve de fome.
Mas Arthur, que, em sua gestão, enterrou vítimas da pandemia da covid-19 em valas comuns, além de ter fechado um hospital durante a crise, foi retrucado pelo jornalista Octávio Guedes, com a seguinte abordagem:
– Senador
– Pois não, Octávio
– O senhor lembrou que o Lula numa visita à África não ficou constrangido com uma morte de um prisioneiro que fazia greve de fome. O senhor…
– Não, não. Foi pior, Octávio. Me perdoe. Ele estava lá no palácio do Fidel. Tava lá, foi mais grave.
– Pois é, foi Cuba, então? Foi uma Morte. (Mas) O senhor estava no Amazonas quando, pelo que vi aqui, que 14 mil pessoas morreram de covid. O senhor estava no Amazonas quando as pessoas morreram afogadas no leito, porque o governo (federal) estava levando Tratecov e mandando as pessoas tomar remédio que não serve, cloroquina. E o senhor estava em Manaus quando as pessoas estavam morrendo e o governo, por incompetência, tava mandando respirador, ao invés de me mandar para Amazonas, pro Amapá, porque é tudo AM. Aí, eu te faço a pergunta: O senhor não fica constrangido com essas mortes e de apoiar o Bolsonaro?
– Mas, aí, eu era prefeito, e é preciso a gente separar as coisas. A questão do respirador era uma questão estadual.
Fonte: BNC Amazonas