MÉDICOS BOTAM FIM A GREVE NO HOSPITAL DE LÁBREA, NEGOCIAL CALENDÁRIO DE PAGAMENTO E COMEÇAM A RECEBER O MÊS DE AGOSTO ENQUANTO OS MESES ATRASADOS SÃO NEGOCIADOS COM A GESTORA QUE VAI AO GOVERNO PARA RESOLVER O IMPASSE  VINHA SE ARRASTANDO DESDE 2022

 

LÁBREA (SUL DO AM) – Com pagamentos dos salários ainda indefinidos, a situação do corpo clínico de médicos e dos profissionais de saúde do Hospital Regional do município de Lábrea vem se agravando a ponto da saúde da cidade continuar um cáos, apesar de desmentidos oficiais ligados à Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM) e à Orgaqnização Social Objetiva (OS).
O diagnóstico é de servidores da prefeitura mantidos nas gestões dos anos 2022-24.
Ambulância no “prego”. Só pega no tranco. Desta vez, pregou de vez.
Segundo informações, “falta tudo ou quase tudo no hospital e nas Unidades Básicas de Saúde, UBS”.
Além dos salários atrasados, os médicos suspenderam o aatendimento à população desde o início sob a ameaça de estender a greve por tempo indeterminado.  As atividades básicas suspensas a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) aconteceram “em protesto por falta de pagamento dos salários dos funcionários. Em passado recente, o cáos e descaso na saúde de Lábrea, também, tiveram reflexo na prefeitura que rompeu a pactuação entre o município e o Estado”.
Terceirizados, também, não pagaram salários atrasados
O governo de Gean Campos de Barros (patrocinado pelos deputados Adjuto Afonso, Átila Lins e o se o senador Eduardo Braga), em quatro mandatos, “àquela época faltavam médicos, pediatras, cirurgiões, enfermeiros, além de remédios e medicamentos de qualidade”, diz historiador da região – a identidade dele será mantida em segredo. Segundo a fonte, “o atraso de salários não é de hoje que aconteceria”.
Desesperados médicos denunciam caos na saúde em Labrea
Sem foco na saúde, prefeitos eleitos pelo MDB de 2003 a 2024, “nunca resolveu os problemas e pouco ou não focou na saúde melhor para as pessoas”, ele diz. Possivelmente, aponta a mesma fonte, “o fim da pactuação em saúde com o Estado, num ato tomado por Gean de Barros, teria sido orquestrada para, supostamente, esconder a falência da rede municipal” –  o que sobrecarregou a rede estadual com o ônus do cáos e do descaso sendo repassado a SESAM.
Diarista denunciam calote nos salarios
Com poblemas estruturais e de equipamentos – o Hospital Regional teria sido entregue ao Estado quase sucateado (veja vídeo). Na transição, veículos, ambulância, pessoal, farmácia, laboratório, lavanderia, centro médico, energia e outras pendencias, obrigaram o Estado a contratar Tercerizadas de 2022-24. A Organização Social Objetiva (OS), atual gestora do HR, atrasa salários e não tem resolvido os problemas com funcionários.
Na quinta-feira, 14, o corpo clínico encerrou a paralisação sob o ultimato de que os salários de agosto sejam pagos logo (o dinheiro estaria na conta); já os de setembro, outubro e novembro, devem seguir o mesmo procedimento. A partir de agora, médicos, profissionais de saúde, serviço geral, portaria, serviço social e outros, “insurgentes cobraram calendário específico de pagamento”, como determina o Ministério do Trabalho e Emprego (MT-E).
A paralisação dos médicos impactou o já combalido sistema de saúde do Estado e da rede municipal e estadual de saúde, em Labrea, município localizado a 701 quilômetros da Capital Manaus. O maior baquem segundo enfermeira especializada do Hospital, “desde 2012 só recae sobre pacientes do SUS, em cima dos mais pobres e extremamente pobres”.
SAÚDE PRECÁRIA DE 2013-2024 – “O suposto cáos e descaso na saúde do nosso município, mais que dobraram nos anos de 2013-24”, segundo informações.  Mais de dois terços da população labreense impactada. Somente servidores, comissionados (Câmara, Prefeitura, Fórum, Promotoria, Defensoria Pública, policiais e empresários), “não correm risco de desatendimento, seja público ou privado, de urgência à emergência porque contariam com planos e podem recorrer a UTIs aéreas”.
Durante os três últimos anos do governo Gean de Barros, usuários do SUS ficaram sem atendimento em várias áreas da saúde. Crianças, mulheres e idosos foram medicados com Dipirona. Na crise da COVID 19 (2019-22) faltaram testes e vacinas nos postinhos dos bairros e das aldeias. Pacientes em estado crítico do Hospital Regional, foram encaminhados ao Hospital e Pronto Socorro “João Paulo Segundo”, em Porto Velho, onde morreram (veja imagem).
XICO NERY *
XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia,Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF),em agências da Amazônia e países da SUDAMERICAe Correspondente do Sul do Amazonas.