Matador do Sgt Ramon revela à polícia detalhes do crime

Silas Ferreira da Silva, de 26 anos, teria sido contratado por R$ 65 mil e prestou depoimento sobre negociação. O diálogo foi obtido com exclusividade pela Rede Amazônica.

  • Silas: Me contratou, falou que queria o serviço (inaudível), fui lá, fiz o serviço
  • Quanto ele te pagou ?
    Silas: 65
  • Com quanto ele começou?
    Silas: com quanto? com 10
  • E aí?
    Silas: depois eu não quis, eu dei a resposta, aí ele viu que eu não dei a resposta e ele apareceu com 25, depois de 25 ele deu 65, foi quando eu fechei

 

Ele diz que recebeu o restante do dinheiro depois de matar o sargento:

  • Depois que tu cometeu o crime lá, que tu foi embora, ele te procurou?
    Silas: já só depois
  • Pra te devolver o dinheiro
    Silas: isso
  • E aí, ele te deu quanto lá?
    Silas: me deu 60 e depois me deu mais 5
  • E aí ele te deu 60 pra tu poder devolver a arma pra ele, é isso?
    Silas: pra poder devolver a arma senão eu não ia dar pra ele porque o acordo foi 65
  • Aí quando ele te deu 65
    Silas: Eu entreguei tudo pra ele, a arma, o material todo, moto
Morte do sargento Lucas Guimarães é investigada por polícia. — Foto: Arquivo Pessoal

Morte do sargento Lucas Guimarães é investigada por polícia. — Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a polícia, a recompensa de R$ 40 mil oferecida pela família da vítima por informações sobre o assassino foi fundamental para prendê-lo.

“Eles ofereceram uma recompensa, fizeram a divulgação de um número particular deles para o envio de mensagens, e todas essas denúncias serão repassadas para polícia. Recebemos várias fake news infelizmente, as pessoas ainda agem assim, porém recebemos também diversas denúncias aí apontando Silas como executor”, explicou o delegado Ricardo  Cunha.

Segundo as investigações, o sargento Lucas terminou o relacionamento com jordana depois de descobrir que a esposa estava grávida. Ainda segundo a polícia, a empresária sabia que o marido iria encomendar a morte do então amante, mas nada fez para impedir.

“Essa omissão dela, a omissão partiu no momento em que ele decidiu pôr um fim na relação, então ela se omitiu e não revelou para ele as intenções do marido traído. Então por si só, de certa forma, ela participou diretamente à medida que ela não alertou de uma possível retaliação do caso que eles tiveram”, disse a delegada Emília Ferraz.

No último dia 9, a polícia fez uma operação e prendeu o casal e outras pessoas apontadas por fazer a intermediação entre os empresários e o assassino do sargento. Segundo a polícia, o principal articulador foi Romário Bentes, que é gerente da rede de supermercados.

“Essa triste história teve esse desfecho. Trouxemos pelo menos um pouco de conforto para a família enlutada, queria identificação de todos os envolvidos, estamos finalizando nosso inquérito policial. Ele vai ser remetido para a Justiça. Inquérito concluído, um caso encerrado com todo mundo ali devidamente identificado, todos os atores vão responder por todas as suas condutas”, disse o delegado Ricardo Cunha

Na última sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça determinou que o empresário Joabson Agostinho Gomes fosse solto e responda as acusações em liberdade. Jordana já cumpria prisão domiciliar para cuidar dos filhos do casal.

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Trecho da matéria do G1 Amazonas