EUA vetam texto do Brasil sobre guerra Hamas x Israel no Conselho de Segurança da ONU

China votou a favor da resolução, redigida pela diplomacia brasileira. Washington protestou contra falta de menção do direito de autodefesa de Israel.
Por Felippe Coaglio, Luisa Belchior, g1
Os Estados Unidos rejeitaram nesta quarta-feira (18) o texto proposto pelo Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra entre Israel e Hamas.
Na votação, os Estados Unidos vetaram a resolução brasileira.
Doze países, entre eles a China, votaram a favor do texto brasileiro. Foram eles:
- Brasil;
- China;
- França
- Albânia;
- Equador;
- Gabão;
- Gana;
- Japão;
- Malta;
- Moçambique;
- Suíça e
- Emirados Árabes Unidos
Dois países – a Rússia e o Reino Unido – se abstiveram, e apenas os Estados Unidos votaram contra.
Apesar de a maioria dos países ter votado a favor, a proposta do Brasil acabou rejeitada porque os Estados são um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, ao lado de China, Reino Unido, França e Rússia – esses cinco têm poder de vetar totalmente uma proposta.
Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que seu país ficou “desapontado” pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel.
A rejeição dos EUA também veio depois de a Rússia propor mudanças para o texto brasileiro. O embaixador russo na ONU exigiu a inclusão de um pedido de cessar-fogo imediato, o que Washington é contra. Mas a proposta russa, que seria uma alternativa ao texto brasileiro, foi vetada já no início da semana.
A votação do texto elaborado pelo Brasil havia sido adiada duas vezes. Na primeira delas, na segunda-feira (16), os países pediram mais tempo para chegar a um consenso. O Itamaraty chegou a costurar apoio com embaixadores de outros países.
A votação foi então remarcada para terça-feira (17), mas o bombardeio a um hospital na Cidade de Gaza, que deixou quase 500 mortos fez o conselho adiá-la novamente.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU. — Foto: GloboNews/Reprodução