COM 3,7 ANOS SEM LEVAR SANEAMENTO, SAÚDE, EDUCAÇÃO, EMPREGO E RENDA À POPULAÇÃO, PREFEITO DE PAUINI RENATO AFONSO (PSD) TEM NOME CONFIRMADO EM CONVENÇÃO PARTIDÁRIA EM CASA DE EVENTO LOTADA DE FUNCIONÁRIOS DA PREFEITURA E DO IRMÃO DEPUTADO

PAUINI (AM) – Sem a presença os ícones do PSD no Estado, senador Omar Aziz e o deputado federal Sidney Leite, apenas fornecedores, empresários e funcionários da Prefeitura prestigiaram a convenção do partido realizada no sábado (20). O evento confirmou o nome do prefeito Renato Afonso (PSD), do município de Pauini, a 926 quilômetros da Capital Manaus, à sua própria reeleição às municipais deste ano.
A convocação dos servidores, entre comissionados e temporários, mostrou que a estratégia adotada pelo comando do PSD local, segundo analistas e políticos locais, “demonstrou a fragilidade da fiscalização dos órgãos de controle, como a Promotoria Pública Eleitoral que “não poderia se furtar ao combate de abusos de poder político e de autoridade”.
Quiosque LAZER, a dona tem negócios com a prefeitura alugou imóvel ao candidato
O comparecimento em massa de funcionários, aliados e empresários negócios milionários com a Prefeitura do município em eventos políticos, “tornou-se um protocolo de obediência cega de pessoas e grupos empresariais que estariam ligados aos irmãos Afonso, ao governador do Estado Wilson Lima e ao senador Eduardo Braga”, apontaram oponentes que se disseram alarmados com a ostentação da convenção partidária realizada nas dependências do “Quiosque Lazer”.
PF vasculhou cartório de Pauini até a véspera da convenção
A convenção aconteceu em meio à realização da “Operação Tabellarius” da Polícia Federal que interditou o Cartório de Registro de Imóveis de Pauini por dias na semana do evento envolto em supostas fraudes em documentação falsa emitida em cima de terras da União. Beneficiando grupos econômicos ligados ao agronegócio bovino e madeireiro da tripla divisa dos estados do Acre, Rondônia e Lábrea a partir de cartórios da região.
Funcionários disseram SIM a “ordem” do prefeito
Cerca de 340 funcionários, entre comissionados e temporários, além de servidores do quadro de servidores de carreira, teriam ido ao evento. Na avaliação de políticos locais, “a doação de cotas de combustíveis, dinheiro para pagar contas de água, energia elétrica, gás de cozinha (butano), boletos, cestas básicas, material de construção, passagens (aérea e embarcações) sempre foram usados como moedas de troca, em Pauini”.
Flagrantes de servidores, alguns não conhecidos nas repartições (fantasmas)
Para tentar lotar espaços em eventos patrocinados pela Prefeitura, o prefeito Renato e o irmão deputado Adjuto Afonso, com apoio do deputado federal Sidney Leite (PSD-Maués), “o grupo não tem medido esforços para meter a mão no bolso”, afirmam partidários da ex-prefeita Eliana Amorim, em manifestações através de rede sociais para condenarem a forma como o prefeito emprega recursos públicos para beneficiar aliados do seu governo.
Serviço de telefonia precário enquanto saúde, educação, saneamento, geração de emprego e renda continuam ignorados
Esses grupos que participaram da convenção dos partidos que apóiam o atual prefeito, também deram mostra de que, “a parte maior foi ao evento por força da pressão que teriam recebido durante as convocações casa a casa por agentes da Prefeitura”, ressaltou servidor que assumiu denúncias do esquema de cooptação de pessoas repassado a colaboradores de Israel Amorim (MDB), um dos pré-candidatos de oposição.
Por sua vez, Renato Afonso, teria feito chegar aos funcionários da prefeitura mensagens disparadas por meio de grupos de Whatsapp no “privado” em tom de ameaças e possíveis retaliações aquém havia se manifestado apoio aos adversários.
“Quem não compareceu à convenção do dia 20 passado, já pode ter sido demitido”, acrescentaram fontes da saúde, setor mais vigiado por membros do “Núcleo Duro de Governo”, supostamente, sob o comando da primeira dama, Elizete Afonso, acusada de elaborar uma lista negra com nomes de servidores assumidamente oponentes do marido.
Parte dos servidores que tenha se manifestou contrária à reeleição de Renato, segundo bastidores da convenção teve renovado “pedido de voto fechado com familiares”. Outra parte foi obrigada a gravar vídeos demonstrando apoio ao prefeito, a denúncia é da pré-candidata a vereadora que apoia o candidato do MDB (Israel Amorim), Tuane de Brito, 33, em postagens passadas nas redes da internet.
Em 3,7 anos de gestão polêmica, Renato Afonso – que é piloto de aeronave – “teve tempo o bastante para consolidar seus braços jurídicos, policiais, políticos e financeiros”, apontam oponentes. “Ele já é considerado, ao lado do vizinho de Lábrea, Gean Campos de Barros, um dos prefeitos mais ricos do Purus.
Nesse período, teria feito do mandato “um grande balcão de negócios no comando da Prefeitura para beneficiar a si próprio, familiares e financiadores de sua campanha”, sublinharam fontes. Em meio aos protagonistas dessas redes, destaca-se o ex-prefeito de Apui e piloto de avião, o paranaense Vítor Marmentini.
Dono da Construtora COTRAP com sede na cidade de Apui e filial na Capital Manaus, a empresa é a responsável pela revitalização da pista de pouso da cidade de Pauini. Apesar de não executar, plenamente, a obra avaliada em R$ 10 milhões, “a empresa de Vítor Marmentini, ao que parece não será incomodado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou do Tesouro Estadual e Federal”, expressaram opinião divergente moradores do aeródromo.
Nos grupos de apoiadores da convenção governista foram vistos no evento, além de funcionários convocados, políticos e familiares, empresários aliados que comporiam “o braço financeiro do prefeito”, o vice na chapa “Paulo da Gasolina” do dono do posto de combustível e donos de secos e molhados que, hoje, se destacariam faturando alto para os padrões regionais cujos esquemas “ainda continuariam ocultos”.
XICO NERY JORNALISTA