Caso Djidja: ‘Ademar teve contato com ketamina em Londres’, afirma delegado

 

Segundo delegado, Ademar Cardoso, irmão de Djidja, havia viajado para tratar de uma dependência química

Rios de Notícias

MANAUS (AM) – O delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), deu detalhes nesta segunda-feira, 10/6, sobre como andam as investigações do “Caso Djidja Cardoso” e o que se apurou até o momento. Na última sexta-feira, 7/6, mais cinco suspeitos foram presos na segunda fase da Operação Mandrágora.

Após Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Garantido, Verônica Seixas, gerente do salão de beleza da família e os funcionários Claudiele Santos e Marlisson Vasconcelos terem sido presos na primeira fase da ação policial, novos desdobramentos surgiram com o decorrer das investigações.

 

“A gente pode até traçar uma ordem cronológica dos fatos. Incialmente, o Ademar e seus familiares tiveram contato com vários tipos de material entorpecente e posteriormente, ele foi encaminhado para Londres para realizar uma espécie de tratamento. Chegando lá ele teve acesso a cetamina (ou ketamina) e retornou para Manaus.”

Cícero Túlio, delegado titular do 1º DIP

Segundo o titular, já na capital amazonense, um casal apresentou a substância na forma em pó para Ademar, que começou juntamente com a família a experimentar qual seria a melhor forma de o entorpecente ‘render’ mais.

“Chega-se então à forma subcutânea. A partir de dado momento, a Cleusimar encontrou as ‘Cartas de Cristo’, e eles passaram a fazer uma espécie de culto com uma interpretação equivocada do que seria essa obra literária e nesse momento eles acabam cooptando outras pessoas”, detalhou o responsável pela investigação.

Desdobramentos

José Máximo Silva de Oliveira, 45 anos, proprietário da clínica veterinária que fornecia substâncias psicotrópicas a família, e dois funcionários identificados Emicley e Sávio foram presos na sexta, 7/6. Além disso, foram detidos Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja Cardoso, e Hatus Silveira, personal trainer da família Cardoso.

“Conseguimos prender cinco pessoas envolvidas nesse esquema criminoso. Tanto Bruno Lima quanto do Hatus Silveira estão incluídos, devido a inconsistências que foram identificadas no depoimento deles, confrontando com os dados que foram colhidos nos aparelhos telefônicos apreendidos”, destacou o titular.

Cicero Túlio destacou que as investigações também indicaram que os funcionários da clínica estavam agindo para ocultar e destruir provas, com o intuito de prejudicar a investigação.

Além das cinco prisões, foram realizadas buscas em dois pet shops vinculados a José, onde foram apreendidas dezenas das substâncias objeto da investigação.

Djidja Cardoso morreu no dia 28 de maio, por suspeitas de overdose de uma substância utilizada para anestesiar animais de grande porte. A morte da jovem trouxe notoriedade a um grupo criminoso, vinculado à seita religiosa “Pai, Mãe, Vida”, criada pela família Cardoso.