Após 7 dias, médicos aceitam acordo com o Estado e decidem retomar atendimentos em Manaus

 

 

Por g1 AM


Hospital 28 de Agosto em Manaus — Foto: Rodrigo Santos/Arquivo SES-AM

Hospital 28 de Agosto em Manaus — Foto: Rodrigo Santos/Arquivo SES-AM

Médicos terceirizados do Amazonas decidiram retomar os atendimentos em Manaus, nesta quinta-feira (7), após sete dias de redução das atividades. A decisão ocorre depois de uma reunião com o Governo do Amazonas. A categoria aceitou o cronograma apresentado pelo Estado.

Os médicos cobravam do Governo do Amazonas pagamentos de débitos de 2021 e 2022, além dos salários dos meses de agosto, setembro e outubro de 2023.

A reunião entre o governo estadual e representantes da categoria aconteceu nesta quinta-feira. No encontro, houve consenso sobre as datas de pagamentos dos salários atrasados. O acordo traz o cronograma de pagamento:

  • débitos de agosto de 2023 já foram pagos no dia 5 de dezembro de 2023, ficando pendentes três empresas, cujos débitos serão liquidados em 14/12/2023
  • débitos de setembro de 2023 – serão liquidados em 21/12/2023;
  • débitos de outubro de 2023 – serão liquidados em 21/01/2024;
  • débitos de novembro e dezembro de 2023 – serão rediscutidos até 15 de fevereiro de 2024 para que seja estabelecido calendário de pagamento.
  • débitos dos exercícios de 2021 e 2022 serão unificados para pagamento dividido em cinco parcelas, a partir de março de 2024.

Segundo a médica representante da cooperativa de ortopedia, Ana Cristina Monteiro Antoni, a decisão de encerrar a greve aconteceu após as discussões na reunião e chegarem a um consenso com o Governo do Amazonas para os pagamentos.

“Houve o compromisso do pagamento que a gente tanto estava questionando. Na realidade, não era só os pagamentos, mas a gente também falou de insumos. Nós vamos passar a ter a cada dois meses uma reunião com o governador, com o secretário de saúde, para a gente chegar a novos caminhos para melhorar de um todo a saúde no estado”, informou.

Greve dos médicos

 

A saúde do Amazonas começou a dar indícios de paralisação na semana passada.

Na quinta-feira (30), pacientes atendidos na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM) denunciaram que estão há meses sem realizar exames e procedimentos cardíacos na unidade, que é referência para o tratamento no estado.

Já na sexta (1º), foi a vez de funcionários do Hemoam denunciarem a superlotação da unidade e cobrarem a entrega do Hospital do Sangue, prometida pelo governador Wilson Lima para o primeiro semestre deste ano.

Em paralelo a isso, cooperativas de médicos que atendem as unidades hospitalares do estado também paralisaram as atividades cobrando salários atrasados e melhores condições de trabalho.

De acordo com comunicado, pelo menos quinze empresas buscam o pagamento de débitos em atraso referentes aos anos de 2021 e 2022, bem como dos meses de agosto, setembro e outubro de 2023. O documento também solicita um cronograma para receber os meses de novembro e dezembro de 2023, além de garantir o pagamento no orçamento de 2024.

O governador Wilson Lima anunciou, na segunda-feira (4), uma reunião entre o Estado e a categoria. No entanto, o encontro não aconteceu.

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) também chegou a criar um comitê para discutir o problema e chegar a um consenso. No entanto, até o momento, a crise segue sem solução. Enquanto isso, pacientes reclamam da falta de atendimentos nas unidades de saúde do estado.