APESAR DO MUITO OU POUCO INVESTIMENTO AO COMBATE DO NARCOTRÁFICO NA TRÍPLICE FRONTEIRA, POLÍCIAS BRASILEIRAS TÊM DADO GRANDES BAQUES NOS CARTÉIS PERUANO E COLOMBIANO, PRINCIPALMENTE, NOS MUNICIPIOS DE COARI, TEFÉ, CODAJÁS, TONANTINS, S. ANTÔNIO DO IÇÁ, S.P DE OLIVENÇA,TABATINGA, BENJAMIN CONSTANT E ATALAIA DO NORTE

TEFÉ (AM) – A 523 quilômetros da Capital Manaus, e geograficamente no centro de acesso à Amazônia Internacional, essa parte do Estado tem problemas antigos que chamam a atenção e põem o Governo em xeque devido a atuação incessante do crime organizado que, nas últimas década, vem diversificando suas atividades criminosas.
Considerado município-Polo, Tefé tem assistido parte de seus jovens, mulheres e adultos – antes imunes a vícios externos – perderem a vida muito cedo para o crime. São pessoas, em sua grande maioria de nativa, “muitas vezes, fora de programas sociais e, sem oportunidades na terra onde nasceram”, diz a Assistente Social Francisca Souza da Silva, 59.
“Bem cedo, esses indivíduos são levados a experimentar um novo estilo de vida, o mais fácil e imediato de todos, que não encontrariam junto ao Estado e seus programas sociais e de Cidadania”, diz Souza da Silva.
Nesse interim, “com a corda quebrando do lado mais fraco”, jovens pais de família seriam tentados a entrar no mercado das drogas e as mulheres, e segundo disse, possivelmente, “não resistiriam ao canto das sereias do narcotráfico” – e da prostituição, afirma a Assistente Social.
Como Francisca Souza da Silva, antigo policial federal aposentado que diz que atuou no combate ao narcotráfico na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), segundo ele, “o narcotráfico existe no lado brasileiro, sem medo de errar, por causa de dois ou três países vizinhos nossos reconhecidos produtores de drogas”. E se existe, com grande concentração, da cidade de Tefé, Codajás ao Estirão do Equador, no extremo Vale do Javari, “é porque o Brasil não tem ocupado suas fronteiras como deveria”.
A mesorregião do Solimões (Baixo, Médio e Alto), segundo assinalou o ex-agente do Estado, “há muito foi contaminada pelos cartéis além de condicionada, em parte, aos maiorais da economia à política sob o suposto comando dos “Barões das Drogas” que agiriam a partir do Peru e Colômbia.
Num rápido giro pela crônica policial no eixo Codajás, Coari, Tefé, São Paulo de Olivença, Santo do Antônio, Tonantins, Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e povoações no limite de Estirão do Equador, o “PORTAL DO ZACARIAS” teve acesso a ocorrências saídas de Delegacias Civil, Federal e Destacamentos Independentes da Polícia Militar do Estado do Amazonas.
De 2019 a 2023, o número de apreensões de substâncias entorpecentes (maconha e supermaconha, cocaína, crack e outros produtos da indústria do mercado internacional da drogadição), armas, munições, aeronaves usadas por narcotraficantes, lanchas, Jet-Sky, dinheiro, muito dinheiro ilegal que entram em nosso país pelos corredores do Rio Solimões e afluentes, “mais que dobrou”.
Diariamente, as organizações criminosas (ORCRINs) por seus comandos que atuariam na mesorregião do Solimões e microrregião do Vale do Javari, além do tradicional mercado das drogas e bebidas falsificadas (Província de Letícia, na Colômbia), mesmo levando grandes baques (prejuízos financeiros e em perda de homens recrutados no lado brasileiro), ainda assim, “tem mostrado poderio de fogo no Brasil”, admite, o ex-agente do Estado.
Apesar de os chefes dos cartéis peruanos e colombiano sempre apostarem, na fragilidade do sistema de segurança na fronteira de cerca de 1.600 quilômetros com o Peru e Colômbia, o lado brasileiro tem dado, através das polícias Civil, Militar e Federal, “combatido o grande combate aos narcotraficantes, contrabandistas, foragidos e ao tráfico humano e corrupção entre nossos nacionais”, arrematou o ex-agente do Estado brasileiro, agora, morando e vivendo fora da Amazônia.