FISCALIZAÇÃO CAPENGA – CANDIDATOS À REELEIÇÃO NO PURUS DESAFIAM A JUSTIÇA ELEITORAL E A POLÍCIA FEDERAL COM A COMPRA DESCARADA DE VOTOS EM TODOS OS MUNICÍPIOS DO PURUS CERTOS DA IMPUNIDADE JÁ VISTA DESDE O SÉCULO PASSADO
SUL DO AMAZONAS  (AM) – Devido a grande ameaça de derrota, prefeitos e seus candidatos a vereadores apoiados por eles  tiveram problemas com a Polícia e a Justiça Eleitoral com supostas denúncias de compra de votos na calada das noites dos três primeiros dias antes da votação deste domingo 6.
Em Boca do Acre, Frank de Barros, apoiado pelo irmão, o prefeito afastado de Lábrea, Gean Campos de Barros (MDB), “abriu os cofres e não estaria economizando dinheiro para formiguinhas, combustível e transporte para garantir o esquema montado por antecipação”, afirmam oponentes dos grupos patrocinados pelos deputados Adjuto Afonso, Átila Lins e o senador Eduardo Braga.
Em Pauini, flagrantes de compra de votos e cooptação de eleitores de famílias numerosas foram registrados na véspera e na manhã deste domingo em bairros e nos locais de votação (veja vídeo). As denúncias foram encaminhadas à Justiça Eleitoral que, neste pleito, “apresenta-se deficitária na fiscalização em todo o município”.
Denúncias de que o vereador Amarildo Brígido – patrocinado pelo prefeito Renato e o irmão Adjuto Afonso – apesar de responder por compra de votos na eleição passada e a processos por estupro de vulnerável, concorre à reeleição e ainda assim, “muniu o irmão conhecido por Moraes (veja imagem) com dinheiro em espécie, pessoal, combustível e uma grande frota de veículos para atuar na cidade”.
Moraes é um personagem da política local que sempre se beneficia com contratos de aluguel de imóvel e de outros benefícios em troca de apoio político. Ele é parente de um vereador acusado de manter relações sexuais com uma entrada menor de idade. Isso foi um escândalo aqui.
Ainda em Pauini, o prefeito Renato Afonso, logo depois de votar, segundo fontes do Comitê de Campanha que o ignoram nesta eleição, teria reunido com cerca de 600 de temporários, comissionados e concursados e exortou “os grupos para que não falte com seus votos e de suas famílias”.
O recado soou com mais uma ameaça de demissão àqueles que, por uma razão ou outra, “não votarem nele e nos seus candidatos a vereadores”, como ficou claro nas reuniões sob o comando da primeira-dama, Elizete Afonso. Ela é acusada de elaborar “lista negra com nomes de servidores, beneficiários do bolsa família, pacientes do SUS e do programa de distribuição de cestas básicas do Governo Wilson Lima”, segundo informações.
Já em Canutama, candidatos de oposição ao candidato à reeleição “Zé Roberto” do União Brasil, ao lado da presidente da Câmara, Maria do Teixeirinha (condenada a quatro anos de cadeia por falsificação de documentação, teriam sido mais expertos e aproveitaram viagens ao interior para fechar contratos com cabos eleitorais e famílias numerosas.
– Todos entraram na folha paralela de contratos de temporários ganhando metade do salário prevista em lei, afirmam varredeiras de rua que ainda encontram dificuldades para receber o pagamento dos dias trabalhados.
Em Tapauá, o prefeito Gamaliel Andrade de Almeida, apesar de preso pela Polícia Federal transportado dinheiro sem origem declarada, à época, “navega em berço esplêndido sem ser incomodado pela Justiça Eleitoral”; embora haja denúncias de compras de votos feitas na calada das noites antes da eleição.
Em Berurí a candidata da prefeita Maria de Oliveira (Dona Maria do MDB), vereadora Elis Regina, é acusada de integrar uma suposta organização criminosa (ORCRIM) na prefeitura junto com o marido. A dupla é acusada de liderar “um esquema de ganhadores de licitações da prefeitura”. É do casal, segundo informações, “contratos de obras milionárias cujas empresas foram denunciadas aos tribunais de Contas”.
Como em Boca do Acre, Pauini, Canutama, Tapauá, Berurí, a cidade de Lábrea é a principal fonte geradora de denúncias de abuso de poder politico e econômico da mesorregião amazonense do Purus. Os casos mais graves, citam advogados não vinculados às prefeituras, “as Promotorias e o Judiciário amazonenses, como um todo, sempre deixaram a desejar em sua atuação cidadã”.
Em Lábrea, Gean Campos de Barros (MDB), condenado pela Justiça Federal por desvio de recursos da básica, de R$ 12 milhões do Instituto de Previdência Social (LABREA-PREVI), não aquisição de ônibus e merenda escolar. Ainda assim, “não se sente incomodado pelo Judiciário e ostentaria um verdadeiro império em imóveis, veículos importados, condomínios, postos de combustíveis e teria à sua disposição garotas de programas, como ocorreu em acidente quando foi flagrado com sinais de drogas, denunciam amigos e familiares de motoqueiro atropelado por Gean Campos de Barros (veja vídeos).
XICO NERY*
XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia,Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF),em agências da Amazônia e países da SUDAMERICA