Presidente do PL, Valdemar Costa Neto é preso em operação da PF que mira Bolsonaro


Valdemar foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e levado para a sede da PF, em Brasília. Segundo informações do g1, a arma encontrada na residência do presidente do PL estava com a documentação vencida e estava registrada no nome de seu filho.
O político aliado de Bolsonaro era alvo de mandado de busca e apreensão na operação Tempus Veriratis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito no Brasil, e o flagrante de agentes da PF ocorreu em um dos endereços do político.
Valdemar foi incluído na operação a pedido do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, após a PF apurar que os investigados teriam usado o comitê de campanha do PL, em dezembro do ano passado, para fazer ajustes à minuta do golpe. “A partir desses elementos e de outros coligidos nas investigações, a autoridade policial aponta a existência de indícios de envolvimento do Partido Liberal, por meio de seu represente máximo, Valdemar Costa Neto, no esquema que apura”, diz Gonet no documento.
A prisão de Valdemar ocorre em meio a movimentos de parlamentares para tentar limitar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Senado Federal (e do Congresso Nacional), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defende a aprovação de projetos que propõem a criação de mandatos para os ministros da Corte e a limitação de decisões monocráticas. Pacheco era um dos alvos da minuta do golpe, mas teve seu nome retirado a pedido de Bolsonaro.
Operação Tempus Veritatis
A PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares na operação Tempus Veritatis. As cautelares incluem a proibição de manter contato com os demais investigados; a proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes em até 24 horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.
Entre os alvos da PF estão, além de Valdemar Costa Neto: o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022; o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército; e Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, apontado como um dos principais nomes do chamado “gabinete do ódio” instalado no Palácio do Planalto durante a gestão anterior.
Até o momento também foram presos na operação Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial do político. As medidas judiciais foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito das milícias digitais. O ex-presidente foi alvo de medidas restritivas. Moraes o proibiu de entrar em contato com investigados e determinou que ele entregue seu passaporte em até 24 horas.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse estar sofrendo “uma perseguição implacável”. “Me esqueçam, já tem outro governando o país”, disse em chamada por vídeo. O ex-presidente já foi condenado pelo TSE e está inelegível até 2030 por ataques e disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral.