Jornalista do The Guardian e um indigenista  estão  desaparecidos na Amazônia

PF apura caso de indigenista e jornalista inglês desaparecidos na Amazônia

Os dois sumiram nesse domingo (5), na região do Vale do Javari, no Estado do Amazonas. Segundo organização indígena, eles vinham sofrendo ameaças.

Com informações do g1 AM

 


Montagem com fotos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips — Foto: Divulgação/Funai e Reprodução Twitter/@domphillips

Polícia Federal no Amazonas (PF) está apurando o caso do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do Jornal The Guardian, que desapareceram na Amazônia. Os dois sumiram nesse domingo (5), na região do Vale do Javari, no Estado do Amazonas.

Segundo informações divulgadas pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), nesta segunda-feira (6), os dois desaparecidos vinham recebendo ameaças.

Em nota, a entidade diz que eles desapareceram no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (leia mais sobre isso ao fim da reportagem).

Também segundo a nota, Bruno Pereira é “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”. Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.

“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz o texto da Univaja.

Segundo o Guardian, Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. Ele mora em Salvador e também faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para outros veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times.

Ameaças

De acordo com o divulgado pela Univaja, Bruno e Phillips vinham recebido ameaças.

“Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International.”

O que diz a Polícia Federal

Em nota, a PF-AM informou que o caso “está sendo apurado”. O órgão não deu outros detalhes das investigações.

“Assim que levantadas as informações e, quando disponíveis, encaminharemos para conhecimento de todos”, diz a nota.