Jair Renan, filho mais novo de Bolsonaro, presta depoimento à Polícia Federal

BRASÍLIA — O filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, prestou depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira, em uma investigação que apura suspeitas de corrupção e tráfico de influência envolvendo a atuação dele junto ao governo federal. Ele chegou por volta das 16h a pé na Superintendência da PF no Distrito Federal acompanhado do advogado Frederick Wassef, que atua para a família Bolsonaro. O depoimento durou cerca de três horas.
Uma investigação aberta pela esquerda brasileira, deputado Ivan Valente (PSOL-SP), senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) requereram uma investigação baseados em mentiras, fake news. O filho do presidente da República, Jair Renan Bolsonaro, jamais, jamais marcou qualquer reunião ou atuou no governo. Não recebeu nenhum carro, não recebeu dinheiro — afirmou Wassef
Aos investigadores, Jair Renan negou ter cometido irregularidades e ter intermediado contatos de empresários com o governo federal.
Documento do inquérito aponta suspeita de que houve associação de Jair Renan com outras pessoas “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”.
As suspeitas sobre Jair Renan Bolsonaro envolvem a utilização da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção e tem interesses junto ao governo federal presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil.
Um mês após a doação, em outubro do ano passado, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, se reuniu com Marinho. Segundo o ministério, o encontro, que também teve a participação de Jair Renan, foi marcado a pedido de um assessor especial da Presidência.
O inquérito foi aberto em março de 2021, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), com base em uma denúncia apresentada por parlamentares de oposição ao governo.