Documentário ‘O clã das jiboias – O jiu-jitsu na Amazônia’ estreou  no Teatro Amazonas

Produção busca explorar diferentes momentos da trajetória do jiu-jitsu na Região Norte

A paixão pela arte suave levou o ex-atleta, diretor e roteirista amazonense Heraldo Daniel Moraes a produzir o documentário intitulado “O clã das jiboias – O jiu-jitsu na Amazônia”. A produção audiovisual, que promove um resgate histórico-antropológico sobre o esporte de maior impacto cultural do Amazonas, estreou no dia 6 de abril, no Teatro Amazonas, no Centro de Manaus – com cerimônia de lançamento aberta ao público as 20h. O filme será lançado, ainda, em Belém (PA) no mês de junho, com data a ser definida.

A produção possui 90 minutos de duração, e busca explorar diferentes momentos da trajetória do jiu-jitsu na Região Norte: a pré-história, a retomada e a exportação.

“O arco narrativo do filme, costumo dizer que são em três atos: a imigração japonesa, que é a pré-história, com a chegada do Mitsuyo Maeda e do Satake, no Norte do País – eles conhecendo Carlos Gracie. Depois, em 1976, o Reyson Gracie, que é filho do Carlos Gracie, vindo pra Manaus, e fundando a primeira Federação de jiu-jitsu do Amazonas. O terceiro ato é esse jiu-jitsu que é conhecido no mundo todo”, destaca Heraldo.

Conforme consta na sinopse oficial, “o documentário parte da imigração japonesa de uma trupe de lutadores, passando pela retomada no ano 1976 com a chegada de Reyson Gracie a Manaus e concluindo com a fase do ‘jiu-Jitsu exportação’, tornando os lutadores da Amazônia conhecidos no mundo todo”.

Incentivo

A ideia do projeto surge – além da paixão pelo esporte – por meio de um grande incentivo de um velho amigo de Heraldo, Almério Augusto, que, inclusive, é faixa preta.

“Esse projeto foi idealizado pela minha paixão pelo jiu-jitsu – sou ex-atleta. Eu tenho um amigo de colégio, que a gente se encontrou uma vez – ele é faixa preta, hoje em dia – e pensamos em fazer uma linha do tempo que contasse toda essa história linda que o jiu-jitsu tem, ele é nosso esporte número 1”, relata o diretor.

“Tivemos o apoio da Amazonastur, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, através do Marcos Apolo, do Sérgio Litaiff”, complementa.

Filmagens

O documentário foi gravado durante a pandemia. As gravações foram realizadas em diferentes cidades. “O processo de produção foi complicado, porque em meio à pandemia tivemos que parar várias vezes o cronograma de filmagem, por questões sanitárias, decretos e afins. Viajamos pro Rio de Janeiro, depois pra Belém, Teresópolis. Rodamos bastante com o filme, mas foi bem complicado em razão da pandemia”, relembra Heraldo.

Para ele, a produção foi desafiadora, mas ao mesmo tempo suave, como o próprio define. “Dirigir e produzir foi um grande desafio – eu nunca tinha feito direção e produção. Mas graças ao apoio do Almério Augusto, faixa preta da área, foi possível produzir de uma maneira suave, porque a gente acaba produzindo para as pessoas que a gente sempre foi fã, que foram meus ídolos quando eu era jovem, então fica muito mais fácil”, destaca Daniel.

O diretor enfatiza, ainda, que o documentário mostra que o jiu-jitsu vai além da luta: é um estilo de vida.

“A família Gracie que levou a culinária do Norte pro Rio de Janeiro – o açaí, a tapioca; essa questão dos sucos da família Gracie, da dieta Gracie. Então, é um lifestyle né!? Que a gente acaba observando que existe. Essa cultura brasileira está se espalhando no mundo todo. O esporte atravessou fronteiras; muitos amazonenses, hoje, dão aula no exterior, ganham a vida com isso. Então, o jiu-jitsu é um trampolim social muito grande pra nossa região”, conclui.

Ficha Técnica
Roteiro, direção e produção executiva: Heraldo Daniel
Roteiro e montagem: Gustavo Soranz
Direção de fotografia: Erlan Moraes
Som direto: Caio de Biasi
Produção: Almerio Augusto, Elton Ataide
Animação: Ricardo Julian
Pesquisa: Rildo Heros e Almerio Augusto
Trilha sonora: Jander Manauara.