Ação do MPF pede condenação de Bolsonaro por manter Wal do Açaí como funcionária fantasma

 

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília enviou à Justiça Federal ação de improbidade administrativa contra o presidente Jair Messias Bolsonaro e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí

Segundo a Agência Brasil, a ação, que pede também o ressarcimento de recursos públicos, é relativa ao período em que Bolsonaro atuou como deputado federal. Segundo o MPF, Walderice, foi indicada, em fevereiro de 2003, para ocupar o cargo de secretária parlamentar. Ela permaneceu lotada até agosto de 2018, quando foi exonerada, mas teria sido uma funcionária fantasma.

Conforme o MPF, durante  o período, Walderice não esteve em Brasília e não exerceu função relacionada ao cargo e sua conta bancária revelou uma movimentação atípica, com saques em espécie de mais de 80% da remuneração.

Segundo a ação, jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) indica que atos de improbidade praticados antes da posse como presidente da República não estão abrangidos pela imunidade prevista no Artigo 86, parágrafo 4º, da Constituição Federal.

Em 2018, Jair Bolsonaro se pronunciou sobre o caso em uma publicação no Twitter. “Procuraram minha mãe, caluniaram meu pai, reviraram minha infância e agora atacam uma funcionária que além de sua função tirava uma renda extra, como qualquer brasileiro humilde”, escreveu, na ocasião.

A ação do MPF aponta que Bolsonaro tinha conhecimento que Wal do Açaí não prestava os serviços correspondentes ao seu cargo e atestava a sua frequência mesmo assim. A investigação ainda identificou que ela sacou, em espécie, 83% da remuneração recebida, o que seria mais um indício de que os pagamentos serviriam para desvio dos recursos.