No Palácio do Planalto, o telefonema o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi avaliado como uma pressão por uma posição firme do presidente Jair Bolsonaro

No Palácio do Planalto, o telefonema o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi avaliado como uma pressão por uma posição firme do presidente Jair Bolsonaro sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Foi o primeiro grande líder mundial a ligar para Bolsonaro desde o início da guerra.

A própria divulgação da conversa pelo governo britânico foi vista como um movimento nesse sentido, principalmente pela revelação de expressões fortes utilizadas por Johnson no diálogo.

No telefonema, o primeiro-ministro do Reino Unido disse ao presidente brasileiro que as ações do governo de Vladimir Putin na invasão da Ucrânia foram “repugnantes”, e que o mundo não pode permitir o êxito das agressões promovidas pela Rússia.

Segundo o material divulgado, Bolsonaro e Johnson concordaram em pedir um cessar-fogo urgente na Ucrânia e disseram que a paz deve prevalecer na região.

O silêncio do Palácio do Planalto sobre o telefonema foi considerado simbólico por assessores do governo e evidencia um desconforto de Bolsonaro com a situação.

Ele poderia ter feito referência ao diálogo com Johnson na live desta quinta-feira (3). Mas, em vez disso, Bolsonaro aproveitou a transmissão para agradecer o apoio dado pelo presidente russo, à soberania da Amazônia. Ao falar de Putin, Bolsonaro disse que o Brasil tem “parceiros” nessa questão.

Por Gerson Camarotti