COP26: Líderes de países assumem compromisso com o fim do desmatamento até 2030

Declaração assinada por 105 países, incluindo o Brasil, sela o comprometimento por ações para deter e reverter a perda florestal e a degradação do solo até o final da década.

Alok Sharma, president of COP26, delivers the opening remarks during the COP26 UN Climate Change Conference in Glasgow, U.K., on Sunday, Oct. 31, 2021. Negotiators reached agreement on the climate section of the Group of 20 summit???s final conclusions, giving leaders something to take onto the COP26 summit in Glasgow this week. Photographer: Emily Macinnes/Bloomberg
O compromisso de mais de 100 países com o fim do desmatamento até 2030 é o destaque do segundo dia da cúpula da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia. O anúncio será realizado nesta terça-feira (2), durante a sessão da COP26 sobre florestas. Os líderes comprometerão cerca de US$ 12 bilhões de recursos públicos para proteção e restauração, além de US$ 7,2 bilhões de investimento privado.
Uma declaração assinada por 105 países, incluindo o Brasil, sela o comprometimento por ações coletivas para deter e reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030. Ao mesmo tempo, o documento destaca o acordo para o desenvolvimento sustentável e a promoção de transformações rurais que sejam inclusivas.
O desmatamento e a desertificação são desafios para o enfrentamento das mudanças climáticas e para o desenvolvimento sustentável, além de afetar a vida e a forma de subsistência de milhões de pessoas no mundo, segundo a ONU. A ação humana de invadir ecossistemas também coloca os seres humanos em risco, com o surgimento de doenças zoonóticas, que são aquelas transmitidas por animais.
Além do Brasil, que é alvo das discussões da COP26 especialmente pela Amazônia, participam da iniciativa países como o Canadá, Rússia, Colômbia, Indonésia e a República Democrática do Congo, que também contam com áreas florestais significativas.
O documento reconhece que, para cumprir os objetivos de uso da terra, clima, biodiversidade e desenvolvimento sustentável, em níveis global e nacional, serão necessárias ações transformadoras, da produção ao consumo, de desenvolvimento de infraestrutura, além de apoio aos pequenos proprietários, povos indígenas e comunidades que dependem das florestas para subsistência.
O compromisso reforça acordos coletivos e individuais anteriores, incluindo a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o Acordo de Paris, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
As metas e os planos dos líderes globais para zerar as emissões de carbono pelos países, a adaptação das nações para proteger comunidades e habitats naturais e a mobilização de recursos são temas que continuam na agenda das discussões nesta terça-feira (2).
Um dos destaques será uma conferência sobre florestas e o uso da terra, que irá apresentar como as intervenções na área, com métodos de subsistência sustentáveis, podem impactar positivamente na manutenção da meta de temperatura global de 1,5°C.
Em um segundo momento, os líderes mundiais e empresariais discutem estratégias para acelerar a inovação e implantação de tecnologias limpas, que sejam acessíveis e economicamente viáveis aos países.
Em nota, o setor empresarial brasileiro afirmou que defende o fim do desmatamento ilegal como passo fundamental para o combate às mudanças climáticas e cumprimento da meta brasileira no Acordo de Paris.
“As empresas brasileiras apoiam a declaração sobre florestas e uso da terra lançada na Conferência do Clima da ONU, a COP26. Os pontos centrais do texto estão alinhados ao modelo de desenvolvimento sustentável que o setor defende, especialmente para que o Brasil retome seu protagonismo e se beneficie das grandes vantagens competitivas que possui, com a geração de empregos e renda”, diz o texto.
Antonio Cruz/Agência Brasil