Delegado denuncia indiferença de médica após morte de criança

A morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, no Hospital Santa Júlia, em Manaus, chocou a cidade. O delegado responsável pelo caso afirmou que a médica responsável pelo atendimento agiu com indiferença diante do quadro grave da criança, que começou a apresentar sinais de risco à vida. Mesmo acionada pela técnica de enfermagem, a profissional demorou a atender o paciente, aplicando os procedimentos sem demonstrar urgência.

O delegado Marcelo Martins, da 24ª DIP, descreveu a situação como homicídio doloso qualificado pela crueldade e solicitou a prisão da médica para proteger a sociedade. A decisão baseou-se numa possível repetição de atos negligentes em outros hospitais. No entanto, a Justiça do Amazonas concedeu habeas corpus preventivo, permitindo que a profissional responda às investigações em liberdade.

Benício havia sido levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. A médica prescreveu soro, xarope, lavagem nasal e três doses de adrenalina intravenosa, procedimento que nem a técnica de enfermagem havia realizado antes. Durante o atendimento na UTI, a criança sofreu múltiplas paradas cardíacas e não resistiu, morrendo às 2h55 do domingo (23/11).

O Hospital Santa Júlia confirmou o afastamento da médica e da técnica de enfermagem. O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu procedimento para apurar as circunstâncias da morte de Benício.