Na tarde desta segunda-feira (25), Antônio Carlos Lima de Araújo, ex-militar de 59 anos, acusado de assassinar a tiros o agricultor Antônio, conhecido como “Maranhão”, de 80 anos, se entregou no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública, em Macapá, acompanhado de seus advogados. O crime ocorreu no último sábado (23), em uma fazenda localizada em Boa Vista do Flexal, no município de Amapá, durante uma discussão relacionada à posse de terras.
Segundo a polícia civil, a disputa pela propriedade teve início em 2019, quando Maranhão ingressou com uma ação judicial para reaver o terreno vendido a Francisco Canindé, apontado como mandante do crime. A justiça negou o pedido do agricultor, mas os conflitos entre as partes continuaram.

Versão da defesa
Em nota, o advogado de Antônio Carlos afirmou que seu cliente agiu em legítima defesa, alegando que Maranhão estaria armado e havia feito ameaças contra Canindé, atual proprietário do terreno. “Os vídeos mostram que ele [Maranhão] estava armado e tinha a intenção de surpreender o Canindé”, afirmou o advogado. Ele ainda destacou que o agricultor teria incendiado a casa do proprietário horas antes do ocorrido e vinha ameaçando matá-lo.
Contraponto e indignação
Por outro lado, familiares de Maranhão contestam a versão apresentada pela defesa. Segundo eles, o idoso foi morto de forma covarde e estava desarmado no momento do crime. Um vídeo que circula nas redes sociais parece mostrar a vítima segurando apenas um saco plástico antes de ser baleada.
Os familiares relataram que Maranhão havia vendido o terreno por R$ 200 mil, mas só recebeu metade do valor. Após cobrar a quantia restante, ele e sua filha teriam recebido ameaças de morte dias antes do homicídio. “Queremos justiça para o nosso pai, que foi morto de maneira tão cruel”, declarou uma das filhas durante o velório.
Repercussão
O corpo do agricultor foi sepultado na manhã de segunda-feira (25), no município de Amapá, em meio a comoção e protestos da comunidade local. Amigos e moradores pediram punição aos responsáveis pelo assassinato, que abalou a cidade.
A polícia segue investigando o caso para determinar as circunstâncias do homicídio e apurar se houve legítima defesa ou premeditação. Antônio Carlos permanece sob custódia à disposição da justiça.
VEJA VÍDEO NA HORADA EXECUÇÃO DO IDOSO: