Política – Após o governo Federal publicar um novo decreto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que reduz em 35% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os concentrados no País, com exceção de produtos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM), o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), subiu o tom contra o governo Bolsonaro e o chamou de “burro”.

“Eu não posso concordar com um governo de burros. Essa é a realidade. Eu queria poder estar elogiando o Governo Bolsonaro, queria estar pedindo votos para Bolsonaro, queria estar dizendo que ele está ajudando a cidade de Manaus, mas ele está maltratando a gente, está tirando emprego”, disparou o prefeito, durante o lançamento do programa ‘Manaus Esportiva’, na manhã desta segunda-feira (1°).

A não cobrança de IPI na Zona Franca é o principal atrativo do polo. Isso significa que, um imposto menor em outras áreas, reduz a competitividade do local e pode ocasionar perdas de arrecadação e de postos de trabalho.

David disse, ainda, que até defende as mesmas causas que Bolsonaro, citando a religião e o viés político, mas que se coloca totalmente contra os decretos que prejudicam a ZFM.

“Eu sou evangélico, protestante, de direita, defendo tudo o que ele defende, mas eu sou totalmente contrário a esses ataques que ele faz à Zona Franca de Manaus. Queria que todo eleitor amazonense o cobrasse como eu o cobro. Eu fui eleitor dele e o candidato eleito não pode tratar o povo com chicote. O Bolsonaro está tratando o povo com chicote”, ressaltou o prefeito.

Apesar de declarar que votou em Bolsonaro nas eleições de 2018, David afirma que não vive um fanatismo cego. “Eu não posso concordar com o cidadão que foi eleito com 65% dos votos na cidade de Manaus e tratar tão mal ela. Eu não vivo diante de um fanatismo cego. Quando faltar comida e emprego vão lembrar do que eu estou falando. Estou pedindo para que o povo abra os olhos”, alertou.

Nem Lula nem Bolsonaro

Diferente de 2018, o chefe do executivo municipal disse que nestas eleições Bolsonaro não terá seu apoio. No mesmo compasso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também não vai ter. No último dia 29, o candidato do Avante à Presidência André Janones, apoiado por David, confirmou a desistência na disputa para apoiar Lula.

“Eu não sou Lula. Não voto no Lula. Não voto no Lula e não vou apoiar o Bolsonaro. Se o Janones vai apoiar Lula, o problema é do Janones. Eu sou o David e tenho autonomia no meu partido para decidir para onde eu for”, assegurou.

Fonte: O Poder