Amazonas torna réus 3 acusados de matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips

Com a decisão, Amarildo da Costa Oliveira, o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, se tornaram réus pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver
Ao aceitar a denúncia, o juiz federal Fabiano Verli afirmou que o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips “é muito triste, trágico. Revela o grau de abandono dessa região ainda muito preservada e de valor ecológico e etnográfico inestimáveis. Quaisquer que sejam os motivos exatos do crime, vejo um quadro geral de vítimas do descaso da sociedade, não só do Estado, com as aspirações legítimas de índios e não índios. Estes, igualmente vítimas. Falo genericamente, sem referência direta aos detalhes deste caso concreto, que envolve, tudo indica, crueldade flagrante. A questão é que está tudo abandonado em diversas áreas”.
Com a decisão, Amarildo da Costa Oliveira, o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, e Jefferson da Silva Lima, se tornaram réus pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O crime ocorreu no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru e próximo da Colômbia. A denúncia do MPF registra que, um dia antes do crime, uma equipe de fiscalização da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) foi ameaçada por Amarildo.
O representante do UNIVAJA Beto Marubo (Reprodução)
A polícia investiga se Colômbia foi o mandante do crime. Colômbia é suspeito de comandar a pesca ilegal na região do Vale do Javari e era chefe de Amarildo da Costa. Segundo a PF, oito pessoas estariam envolvidas na morte de Bruno e Dom.
Beto Marubo, representante da Univaja, diz que as investigações precisam continuar e que há uma situação de insegurança no Vale do Javari.