Delegada que investiga morte de petista é afastada por publicações contra Lula e PT

Foz do Iguaçu (PR) – A delegada Iane Cardoso, responsável pela investigação do assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, publicou imagens com discurso de ódio contra o Partido dos Trabalhadores e contra o ex-presidente Lula nas suas redes sociais.
O assassinato do petista aconteceu na madrugada do domingo (10), quando ele comemorava seu aniversário em uma festa temática do PT. O atirador Jorge José Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), invadiu o local e atirou contra a vítima, que revidou.
As publicações feitas pela delegada datam de 2016 e 2017, um ano antes da eleição de Bolsonaro. Os posts foram compartilhados por ela no Facebook e no Twitter.
Em uma das publicações, a imagem ataca diretamente o presidente Lula e os petistas, com fotos e desenhos satíricos.
“Petista quando não está mentindo, está roubando”, diz a mensagem. Em outro post, ela ironiza ações do ex-presidente Lula.
Outras postagem, uma charge, faz referência ao ex-presidente Michel Temer, em um telefonema para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Dilma? Sou eu. Escuta, pergunta pro Lula quanto sai um caminhão cheio de ‘abestado’ gritando ‘é golpe!’, ‘lava jato seletiva’ e ‘vazamento é ilegal”.
Em post no Twitter, a delegada usou as hashtags: “Fora Dilma”, “Fora Lula”, “Fora PT” e “Muda Brasil”.
Delegada Iane Cardoso nega ser bolsonarista
Segundo a jornalista Andreia Sadi, a delegada Iane Cardoso negou ser bolsonarista, e diz que vai tratar o caso Marcelo Arruda com honestidade.
“Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça”, afirmou a delegada.
A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal a federalização das investigações do caso. Ela vai usar as publicações da delegada como argumento, assim como a falta de resultados da Polícia Civil do Paraná sobre disparos contra uma caravana de Lula em 2018.