Lula cita fascismo de Bolsonaro e agradece a radicais da esquerda em discurso dos 100 dias

 

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Nesta segunda-feira (10), o presidente Lula fez um discurso avaliando os primeiros cem dias de seu terceiro mandato.

 

Em reunião ministerial, o chefe de estado comentou os principais pontos do seu governo e os desafios enfrentados pela nova gestão.

 

Confira as principais falas de Lula sobre os temas mais importantes nos primeiros três meses de gestão, como arcabouço fiscal, taxa de juros, críticos e Bolsonaro.

BOLSONARO E 8 DE JANEIRO

Lula foi extremamente crítico ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro.

 

“Aquilo foi uma tentativa de golpe feito com a maior desfaçatez por um grupo de reacionárias, fascistas de extrema direita feito por um grupo que não queria deixar o poder”, disse Lula.Além disso, ele criticou o uso do orçamento público para fins eleitorais no ano passado.

 

“Sobretudo depois da quantidade de bilhões e bilhões do orçamento que foram gastos na perspectiva de ganhar as eleições”, afirmou. “A soma de todas as candidaturas não gastaram o que esse cidadão gastou na perspectiva de perpetuar o fascismo nosso país”, disse.
“Nós sabemos as ofensas que a democracia sofreu.

 

Nunca antes na história do Brasil, um presidente da República tratou com tantos desrespeito como foram tratados governadores, prefeitos e deputados, mesmo com o orçamento secreto”, completou o presidente.

 

“O Brasil voltou a cultivar a harmonia e o convívio republicano entre os Três Poderes, cujo maior exemplo foi a pronta reação à tentativa de golpe de 8 de janeiro. No dia seguinte à barbárie, os Três Poderes marcharam juntos do Palácio do Planalto ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Congresso Nacional para dizer em alto e bom som não ao fascismo e sim à democracia”, completou Lula.

 

ECONOMIA

Lula elogiou Fernando Haddad, o arcabouço fiscal e também criticou a taxa de juros exercida pelo Banco Central.

 

“Apresentamos um novo arcabouço fiscal que possibilita aplicação de recursos para o novo desenvolvimento econômico do país. Eu tenho que elogiar você (Haddad) e a equipe que trabalhou”, afirmou.

 

Porém, Campos Neto não escapou das críticas. “Embora eu continue achando 3,75 é muito alta a taxa de juros. Continuo achando que estão brincando com o povo pobre e com o empresário que quer investir”, disse o presidente.

 

Por fim, ele reforçou a prioridade do governo: “Nossa obsessão é gerar empregos”, disse.

 

CRÍTICAS

Lula também citou que os críticos à esquerda são importantíssimos para o governo, citando uma conversa com Celso Furtado. “Eles estão prestando um serviço. Eles não estão deixando você ir para direita. Nem você vai para a extrema-esquerda porque você não concorda”, disse.

 

Ele afirmou que o governo deve ouvir as críticas. “Eu quero dizer para vocês: agradeçam as pessoas que acham que o Brasil não vai bem.

 

Agradeçam as pessoas que fazem críticas à gente, porque eles estão dizendo para vocês: ‘façam outras coisas’. E eu falo sobretudo na dificuldade que estamos enfrentando”

 

RACISMO

O presidente também criticou o caso de racismo ocorrido neste fim de semana no Carrefour, criticando a direção da empresa e fortalecendo o tom antirracista do governo.

 

“Ontem, o Carrefour fez um crime de racismo. Um fiscal acompanhou uma professora negra para ver se ela ia roubar. Ela teve que ficar de calcinha e sutiã para provar. Neste país, não toleraremos o racismo”, disse o presidente.

 

 

NO RESUMO

Lula citou a necessidade de geração de empregos, desenvolvimento de economia sustentável e o fortalecimento da democracia. “Estamos criando uma fase nova na história do país”, disse o presidente. “Eu quero dizer que até agora eu tenho muito orgulho do trabalho que foi feito”, completou.

 

Fonte: Revista Fórum