A partir de um ofício com brasão da República, Julio César Vieira Gomes deu ordem por escrito para que funcionários do Fisco entregassem a um emissário do ex-presidente as joias apreendidas no Aeroporto de Guarulhos. Entrega não aconteceu, e joias seguem confiscadas.
Por Andréia Sadi e Arthur Guimarães
Ofício do gabinete pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta reaver as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos — Foto: Reprodução
A cartada final de esforços para tirar as joias dos cofres da Receita no Aeroporto Internacional de Guarulhos começa com esse ofício assinado pelo braço-direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então chefe do Executivo.
Na hora do almoço de 28 de dezembro, na última quarta-feira da última semana da gestão passada, Cid assina uma correspondência direcionada ao comandante da Receita, o auditor Júlio Gomes.
Mais cedo, o blog antecipou o teor do documento: no topo do ofício, estão o brasão da República e os dizeres: Gabinete Pessoal do Presidente da República.
Na mensagem, Mauro Cid, chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, pede a “incorporação dos bens abaixo descritos a este órgão da União”, sem explicar claramente quem seria o destinatário final dos presentes.