PF prende dois servidores e investiga uso irregular de sistema pela Abin no governo Bolsonaro

 

A Polícia Federal investiga o uso indevido de um sistema de geolocalização por servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Dois servidores foram presos na operação de hoje.

O que aconteceu:

A PF deflagrou na manhã de hoje uma operação para investigar o uso irregular de um sistema de rastreio de celulares por servidores da Abin. Eles não tinham autorização judicial para o uso da ferramenta.

Segundo a investigação, o sistema utilizado pela Abin é um software intrusivo. “A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”.

O FirstMile foi usado nos três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL) e determinava a localização aproximada de uma pessoa apenas digitando o número do celular. O sistema para vigiar cidadãos permitia rastrear até 10 mil pessoas por ano.

Dois servidores da Abin foram presos preventivamente. A investigação da PF aponta que eles tinham conhecimento do uso do sistema pela Abin e praticaram coação indireta para evitar a própria demissão.

Também são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo STF.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

A Abin é responsável por produzir relatórios estratégicos sobre ameaças potenciais para o país e auxiliar a Presidência na tomada de decisões.

Conteúdo UOL