SUL DO AMAZONAS (AM) – Ao menos dois anos atrás, abaixo-assinado liderado por membros da sociedade civil e um suposto apoio da Prelazia do Acre e Purus acreditados na cidade de Lábrea, a 702 quilômetros de Manaus, pedia no período providências para conter a violência policial e o fim das guerras entre facções na região.

 

Segundo informações, o documento pretendia alcançar cinco mil assinaturas “só em Lábrea”, mas, não teria atingido a meta por razões óbvias, a ponto de frustar os organizadores, à época. Porém, o documento foi encaminhado às autoridades eclesiais e do Estado amazonense.

 

Entre as cidades que registravam alta nos índices de  abordagens e prisões consideradas “ilegais às medidas previstas na Constituição de 1.988”, diz antropóloga sob sigilo da identidade, Lábrea, naquele momento, “estava no topo das ocorrências mais violentas entre as cidades do Purus”, acrescentou a mesma fonte.

 

Lábrea, diferentemente de Boca do Acre, Pauini e Canutama chegou ao ponto de as autoridades pedirem “socorro” ao Governo Estadual para conter “a guerra entre facções nos bairros”, com destaque para o da Fonte (Rua da Caixa Baixa), Vila Falcão, Comunidade do Trapiche (fundos da Lotérica local e de acesso à Orla Fluvial), Morrinho e/ou Bairro da Invasão.

 

Muitos integrantes das facções (FDN, PCC e CV) foram mortos num enfrentamento discutível por policiais, recorda fonte que diz ainda temer represálias por ter participado da elaboração do abaixo-assinado contra a violência, sobretudo, na cidade de Lábrea.

 

Sobre o documento remetido às autoridades, em Manaus, autoridades eclesiásticas e dirigentes comunitários, apesar de instados sobre a motivação do “Dia da Matança em Lábrea”, “não quiseram se manifestar. Porém, atribuíram ao suposto fracasso da iniciativa, “a um contínuo medo de represálias por parte dos cidadãos sobre denunciados”.

 

Por si só, a equipe de Reportagem, à época, visitou Igrejas, Organizações Não-Governamentais (ONGs), lideranças extrativistas e indígenas. Mas, todos trataram o episódio com reserva aparente (principalmente quando se tratava de violência policial).

Moradores da Reserva Extrativista ITUXI e do Médio Rio Purus,na mesorregião amazonense do Purus disseram,que não suportam mais a violência policial.

Na intensa busca por informações sobre as mortes de integrantes de facções que sinalizavam à participação de policiais, supostamente, envolvidos em casos de violência durante as operações, prisões ilegais e/ou abusos fora de serviço e/ou mesmo em “caráter particular”, soube-se de casos de desvio de conduta e coação a cidadãos”.

 

Sobre parte do quadro de praças destacados à 4ª Companhia Independente de Polícia Militar no município de Lábrea, familiares de supostas vítimas de policiais, citaram o ex-policial militar de pré-nome Neilton, já falecido, “como sendo o mais alterado, à época”.

 

As fontes citaram, ainda, como supostamente envolvidos em desvio de conduta e/;ou coação de pessoas já presas, dois ou três ainda na ativa que, segundo informações dessas fontes, “deveriam passar por exames de sanidade”. Apontaram, igualmente, que, “precisam ter suas condutas investigadas” – além de parte dos que foram reintegrados.

 

Membros de entidades sugeriram, também, que o secretário de Segurança, Carlos Alberto Mansur, garanta melhorias à 4ª CIPM (Município de LÁBREA), entre as quais, fornecer mais armas, equipamentos, lancha para operações fluviais, requalificação de pessoal, bem como, construir novo quartel,  revitalizar o prédio da Delegacia de Polícia Civil e acabar com a dependência de tropas da Capital.

 

PM VAI MAL – A deficiência na estrutura de funcionamento da 4ª Companhia Independente de Polícia Militar, em Lábrea,fez com que o promotor Sylvio Henrique Lorena Duque Estrada, em maio de 2022, ajuizasse Ação Civil Pública (ACP), com tutela de urgência, para obrigar o Governo do Estado, a promover m

 

Ainda sobre possíveis desvios de conduta e/ou coações aquém deponha à Primeira Promotoria de Justiça, em Lábrea, em desfavor de policiais (civis ou militares),entidades e cidadãos que subscreveram denúncias contra violência neste município, “na  segunda-feira,20, pretendem obter sinalização do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e do Comando Nacional das Polícias Militares (DF), a fim de submeterem guarnições que operam na mesorregião do Purus “a exames toxicológicos e terapêuticos”, propõem signatários do documento a ser enviado a essas autoridades, em Brasília.

 

– É necessário que seja enviado um sinal claro de que, tanto a violência policial, quanto a das guerras entre facções, já causaram grandes prejuízos aos cidadãos dos municípios do Purus, pontuou Assistente Social sob sigilo da identidade.

 

No rescaldo da investigação independente sobre possível desvio de conduta de policiais e/ou coação a cidadãos nos municípios da mesorregião amazonense do Purus (Boca do Acre, Pauini, Canutama e Lábrea), antropóloga renomada disse sobre o assunto que, “as armas de fogo, o tráfico de drogas e o despreparo das polícias fazem que os jovens morram mais cedo e convivam com a morte de uma forma muito mais próxima do que as gerações anteriores”.

 

´Na cidade de Lábrea, principalmente, diz fonte do Serviço Social, em Manaus, “soube-se que houve o suposto “Dia da Matança”e as responsabilidades não teriam sido apuradas, plenamente, nem por parte de policiais enviados da Capital, nem sob o comando local das polícias”.  

 

– A percepção e saúde mental (corpo são e mente sã) em policiais militares e/ou civis de forças táticas ou de rua, precisam ser revistas para que o sistema de segurança pública amazonense tenha um maior indicador de eficiência, arrematou a profissional anônima.